Bem a tempo da cúpula da COP29, onde líderes mundiais se reunirão em Baku, no Azerbaijão, para tirar fotos, comer e, é claro, discutir metas climáticas que não pretendem cumprir, a subMedia, em colaboração com Peter Gelderloos, tem o prazer de lançar a primeira parte de uma série de três partes: É Revolução ou Morte.
A primeira parte da série dá uma olhada na transição para o capitalismo verde e questiona as suposições de senso comum de seus defensores. Com o apoio inabalável e acrítico de ONGs, as empresas de energia se apresentam como inovadoras de ponta em tecnologia de energia verde, ao mesmo tempo em que protegem seus investimentos e mantêm carteiras diversificadas, repletas de investimentos em combustíveis fósseis.
As próximas duas partes discutirão as lutas indígenas e anarquistas por terra e autonomia e como as comunidades locais podem se organizar para criar resiliência diante do agravamento da catástrofe climática.
Os efeitos da mudança climática descontrolada já estão aqui. Se os últimos 50 anos de enganação deixaram uma coisa bem clara, é que políticos e empresários que lideram a demanda por energia verde nunca priorizarão os interesses da vida na Terra em sua busca por lucros. Então, o que vamos fazer a respeito?
Para saber mais sobre o trabalho de Peter Gelderloos, confira They Will Beat the Memory Out of Us e The Solutions are Already Here. Ambos da Pluto Books www.plutobooks.com
As soluções estatais e de mercado para a crise ecológica só aumentaram a riqueza e o poder da elite enquanto as emissões de gases de efeito estufa continuam a aumentar. Quase todys especialistas e profissionais investem, literalmente, em uma estrutura que só está piorando as coisas. Com tanto poder concentrado nas próprias instituições que suprimem qualquer avaliação realista da situação, as coisas parecem incrivelmente sombrias. Mas e se disséssemos a você que há outra maneira? Que já existem pessoas em todo o mundo implementando respostas imediatas e eficazes que podem ser integradas a estratégias de longo prazo para sobreviver a essas crises sobrepostas e sucessivas?
Conversamos com três revolucionáriys que estão na linha de frente da resistência aos projetos capitalistas e coloniais. Sleydo’, do clã Gidimt’en da nação Wet’suwet’en, na chamada Colúmbia Britânica, Isa, da ZAD, no oeste da França, e Neto, militante do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, baseado no nordeste do chamado Brasil. Élys compartilham suas experiências adquiridas em anos de construção de poder coletivo, derrotando a repressão e defendendo a Terra para todas suas habitantes e para as gerações que ainda estão por vir.
Compartilham histórias de solidariedade que se espalham por um continente, de pessoas abandonadas à pobreza e à marginalização que recuperam terras, restauram florestas devastadas e se alimentam comunitariamente, histórias de pessoas desconhecidas que se unem para sua sobrevivência comum e um futuro melhor, enfrentando forças policiais militarizadas e vencendo. E nessas histórias podemos ouvir coisas que estão faltando em quase todos os lugares que procuramos: otimismo e realismo, estratégias inteligentes de como podemos sobreviver, amor e empatia pelo mundo ao nosso redor e pelas gerações futuras, juntamente com a crença de que podemos fazer algo significativo, algo que faça a diferença. A alegria da transformação revolucionária.
Aprendemos sobre soluções. Soluções do mundo real. Soluções fora do controle do capitalismo e do Estado.
A revolução já está aqui.
A seguir: o que fazer para a revolução seja nossa?
Revolução ou Morte é uma colaboração em três capítulos entre Peter Gelderloos e a subMedia. A Parte 1, “’Investimentos de curto prazo”, examinou a resposta oficial à crise climática e como ela está falhando. Na Parte 2 “Se Liga, A Rrevolução Já Está Aqui”, conversamos com movimentos de todo o mundo que fornecem exemplos inspiradores de como são as respostas realistas e eficazes. A Parte 3, “Retomar o mundo, onde quer que a gente esteja”, se concentrará em como podemos aplicar essas lições em casa.
A terceira e última parte da série busca repassar as lições aprendidas nos dois primeiros episódios. Este segmento apresenta uma entrevista com Peter Gelderloos, onde ele descreve sua experiência de trabalho na construção de uma infraestrutura transformadora na Catalunha.
Nem todys nós temos a sorte de viver perto de um movimento grande e organizado como os descritos na parte dois, e tudo bem. Para que estejamos realmente organizadys como uma comunidade global, precisamos trabalhar onde quer que estejamos. Como Neto nos lembra na parte dois, “Precisamos começar de onde estamos e de uma realidade que reconhecemos.” Não há respostas, apenas estratégias. Este vídeo busca fornecer orientação para anarquistas que estão começando a se organizar em torno da crise climática. Estratégias diferentes funcionam em diferentes locais, condições sociais e contextos.
Peter compartilha três sugestões urgentes para quem está procurando se organizar em torno dessas questões:
Sugestão urgente nº 1: Uma rejeição total a todas as instituições responsáveis por esse desastre
Confiar que os responsáveis por esta crise nos salvarão é a pior coisa que podemos fazer. É hora de agir coletivamente fora do Estado e do domínio do capital sobre nossas vidas para tentar criar espaços e redes que nos darão as melhores chances possíveis de sobrevivência. Confiar em organizações sem fins lucrativos, eleições ou movimentos autoritários de esquerda fracassou inúmeras vezes. Não podemos nos dar ao luxo de continuar a depositar nossa confiança em instituições que não nos salvarão.
Sugestão urgente nº 2: Escolha um projeto de sobrevivência transformadora
Já passou da hora. Quanto mais cedo começarmos a nos envolver na organização para a sobrevivência, melhor. Se as pessoas nos territórios em que você reside já estiverem trabalhando para atingir objetivos semelhantes, talvez seja melhor juntar-se a elas do que tentar criar um movimento do zero. Às vezes, precisamos criar novos projetos onde há necessidade deles e pessoas dispostas a colocá-los em prática. Construir nossa autonomia coletiva pode não parecer estar diretamente relacionado às nossas chances de sobreviver às crises climáticas, mas está! Sempre que construímos nosso poder coletivo fora do Estado e do capital, construímos um poder que é combativo contra as instituições que criaram esse desastre e que nos dá os meios para sobreviver a ele.
Sugestão urgente nº 3: Conecte seu projeto a uma rede de solidariedade revolucionária
A crise climática é um problema mundial. Precisamos de uma resposta global. Existem redes de pessoas organizadas em torno dessas questões em todo o mundo. Precisamos construir uma rede internacional de solidariedade e, quanto mais conexões uma rede tiver, mais forte ela será.
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